Medida busca ampliar o acesso da classe média à casa própria e deve movimentar R$ 20 bilhões em novos contratos até 2026
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira (10) o retorno do financiamento de até 80% do valor do imóvel por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O anúncio foi feito durante cerimônia em São Paulo, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros do governo federal.
Responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários do país, a Caixa também apresentou um novo modelo de crédito que prevê parcelas mais altas no início do contrato e redução gradual ao longo do tempo, acompanhando a diminuição dos juros e a amortização da dívida.
Novo formato de crédito e ajustes previstos
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, afirmou que o novo modelo poderá exigir ajustes nas regras de uso do FGTS e da poupança, de forma a se adequar à nova estrutura de pagamento.
Já o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), destacou que a medida permitirá o financiamento de cerca de 80 mil novas unidades habitacionais até 2026, o que deve movimentar R$ 20 bilhões em novos contratos de crédito imobiliário.
Estímulo à classe média e ao setor da construção civil
Segundo o Palácio do Planalto, o objetivo é ampliar o acesso da classe média ao crédito habitacional, dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). A expectativa do governo é que a medida impulsione o setor da construção civil, gere novos empregos e contribua para a retomada da economia.
Outra mudança anunciada foi o aumento do limite do valor dos imóveis financiados pelo SFH, que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. A alteração amplia o número de imóveis que podem ser enquadrados nas condições especiais do sistema.
Regras de aplicação dos recursos e transição gradual
Atualmente, 65% dos depósitos da poupança devem ser destinados ao crédito imobiliário, enquanto 20% são recolhidos compulsoriamente pelo Banco Central e 15% ficam livres para aplicação pelos bancos. O novo modelo prevê uma transição gradual para adequar as regras de aplicação ao novo formato de financiamento.
Com as novas medidas, o governo federal e a Caixa esperam fortalecer o mercado imobiliário, estimular o crédito habitacional e atender à crescente demanda por moradia em todo o país, especialmente nas regiões metropolitanas.
Fonte: Redação com informações da Caixa