A Base de Alcântara, no Maranhão, prepara-se para um evento histórico: o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano, da start-up Innospace, previsto para o dia 17 de dezembro. Esta será a primeira missão comercial de colocação de satélites em órbita a partir do Brasil e representa um marco na ambição do país de se tornar um player relevante no mercado espacial global.
O foguete, que tem o peso de quatro elefantes africanos e a altura de um prédio de sete andares, é a primeira tentativa de lançamento de um voo orbital em Alcântara desde o trágico acidente do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que ceifou a vida de 21 pessoas. Até então, a base brasileira só havia realizado lançamentos de foguetes suborbitais.
🛰️ Potencial Comercial e Geração de Renda
A missão é coordenada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Agência Espacial Brasileira (AEB). O HANBIT-Nano levará ao espaço cinco satélites e três dispositivos para auxiliar em pesquisas de entidades do Brasil e da Índia.
O Coronel Aviador da FAB, Clovis Martins de Souza, Diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, enfatizou a importância do evento:
“Trata-se do primeiro lançamento comercial partindo do Brasil, marcando a entrada do país no mercado de lançamento espaciais e abrindo novos caminhos para a geração de renda e investimentos.”
A Base de Alcântara, inaugurada em 1983, possui uma localização geográfica privilegiada (próxima à linha do Equador), previsibilidade meteorológica e segurança, fatores que podem torná-la cobiçada por empresas de tecnologia e governos do mundo todo.
O Brasil vislumbra, no futuro, a possibilidade de obter receita com o aluguel da base e a cobrança de taxas de lançamento. Para isso, foi criada no início do ano a Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil (Alada), que será responsável por negociar os contratos comerciais.
Desafios Competitivos
Embora os fatores geográficos sejam atrativos, especialistas apontam que o Brasil precisa garantir a competitividade. Júlio Shidara, presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), destacou que fatores naturais não são suficientes.
Para garantir a vantagem competitiva global, o país deve oferecer segurança jurídica, além de menores prazos e custos de logística para o transporte de carga até a base. O presidente da AEB, Antonio Chamon, garantiu que, com a Alada, o Brasil será competitivo e operará com preços internacionais.
Redação










