O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17) que está disposto a negociar diretamente com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as novas tarifas aplicadas a produtos brasileiros. No entanto, segundo ele, a iniciativa só seria viável caso o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desse um “sinal positivo” e seu passaporte fosse devolvido pela Polícia Federal.
“Se o Lula sinalizar para mim — sei que não é ele quem vai devolver o passaporte — eu negocio com o Trump. Quem não vai conversar vai pagar um preço alto”, declarou Bolsonaro em coletiva de imprensa.
Tarifas americanas ameaçam exportações brasileiras
A fala ocorre em meio à repercussão de medidas protecionistas anunciadas por Donald Trump, que visam sobretaxar importações de diversos países, incluindo o Brasil. A proposta pode afetar diretamente setores do agronegócio e da indústria nacional.
Bolsonaro se colocou como possível interlocutor para conter os impactos ao Brasil, caso Trump vença as eleições presidenciais dos EUA, previstas para novembro deste ano.
Passaporte de Bolsonaro segue apreendido pela PF
Desde fevereiro, o passaporte do ex-presidente permanece retido por ordem da Polícia Federal, no contexto da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro é alvo da operação “Tempus Veritatis”, que apura ações de um grupo que teria articulado para reverter o resultado das urnas.
A devolução do documento depende de autorização judicial e está condicionada ao avanço das investigações.
Contexto político e internacional
A possível retomada da interlocução entre Bolsonaro e Trump, líderes de direita com histórico de proximidade política, volta ao debate justamente quando relações comerciais Brasil-EUA ganham novo capítulo com as ameaças de tarifas.
Enquanto isso, o governo Lula adota uma abordagem diplomática tradicional e avalia os impactos das medidas norte-americanas em foros multilaterais.
Redação