Hoje, enquanto milhares de brasileiros se preparam para celebrar a chegada de 2026, um alerta importante ganha força: o impacto dos tradicionais fogos de artifício ruidosos em populações mais sensíveis. O que para muitos é um espetáculo visual, para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), idosos e crianças, pode ser comparado a um cenário de guerra.
🧠 O impacto no cérebro e no corpo
A hipersensibilidade auditiva, característica comum em muitos autistas, transforma o barulho da queima de fogos em uma dor física e emocional real. Especialistas explicam que as consequências não terminam com o último estouro:
Crises Sensoriais: O cérebro interpreta o som como uma ameaça negativa, gerando ansiedade, irritabilidade e até comportamentos agressivos como forma de defesa.
Descarga de Adrenalina: Fisicamente, o corpo reage com aceleração cardíaca e aumento da pressão arterial. Como descreveu a neuropediatra Solange Vianna Dultra, “é como se estivessem no meio de um tiroteio”.
Impacto no Sono: O estresse acumulado pode gerar dias de insônia e desregulação comportamental prolongada.
Idosos e Bebês
Para idosos, especialmente aqueles que convivem com quadros de demência, o barulho excessivo pode causar desorientação e delírios. Já nos bebês, o ruído interfere diretamente no ciclo do sono, essencial para o desenvolvimento neurológico.
🛡️ Como proteger quem você ama nesta virada (Dicas Práticas)
Se você tem familiares sensíveis em casa, algumas medidas podem ajudar a reduzir o desconforto durante a meia-noite de hoje:
Abafadores de Ruído: Use fones com cancelamento de ruído ou protetores auriculares de espuma.
Ambiente Seguro: Prepare um cômodo da casa com janelas fechadas e cortinas grossas. Coloque música ambiente ou deixe a TV ligada em um volume que mascare os sons externos.
Previsibilidade: Para crianças autistas, explique o que vai acontecer usando histórias ou vídeos (em volume baixo). Saber que o barulho tem hora para começar e terminar reduz a ansiedade.
Acolhimento Físico: O contato físico suave, como segurar a mão ou um abraço, pode ser muito mais eficaz do que tentar “pedir para ter calma” durante uma crise.
✨ A Mudança para Celebrações Inclusivas
Felizmente, o Réveillon de 2026 marca um avanço na inclusão no Brasil. Diversas cidades, como Vitória (ES), Maceió (AL) e Florianópolis (SC), optaram por fogos de baixo ruído ou espetáculos tecnológicos com drones, que garantem o brilho da festa sem o sofrimento sonoro.
“Celebrar pressupõe convivência. Quando a alegria de uns depende do sofrimento de outros, é legítimo questionar se essa tradição ainda faz sentido.” — Ana Maria Nascimento, psicóloga.
Redação










