Programa prevê 150 novas cozinhas, cestas básicas, apoio a creches e restauração de patrimônio histórico em Feira de Santana
O Governo da Bahia lançou, nesta quarta-feira (28), uma nova e ambiciosa etapa do Programa Bahia Sem Fome, com investimentos que ultrapassam R$ 150 milhões em ações estruturantes para o combate à fome em todo o estado. O anúncio foi feito durante o 3º Seminário Estadual do programa, realizado no Centro de Convenções de Feira de Santana, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues.
Durante o evento, o governo fez a entrega simbólica de nove cozinhas comunitárias e solidárias para o município de Feira de Santana e autorizou a implantação de mais 150 novas unidades em 95 cidades. Também foi lançado o novo edital do projeto Comida no Prato, que garantirá a abertura de mais 110 cozinhas com apoio de R$ 38 milhões.
“Fome não é sazonal, é estrutural”, diz governador
Em discurso forte e direto, Jerônimo Rodrigues ressaltou o caráter permanente das ações de combate à fome.
“Quando fazemos uma agenda de enfrentamento aos efeitos da seca, ela tem uma conotação; quando é de chuva, tem outra. Mas a fome é estrutural, resultado do desemprego e da desigualdade social. O que estamos fazendo aqui é política de Estado, estava no meu programa de governo”, destacou o governador.
Equipamentos para cozinhas e creches comunitárias
Os kits entregues às cozinhas de Feira fazem parte de um pacote maior com 160 conjuntos completos de equipamentos industriais, como fogões, freezers, liquidificadores, batedeiras e purificadores de água. O investimento, de R$ 10,4 milhões, é da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades).
Também serão destinados R$ 12 milhões para equipar 200 creches comunitárias, com foco na alimentação de crianças de 0 a 5 anos. Cada unidade receberá kits com fogão industrial, refrigerador e liquidificador. Outras 200 cozinhas em 109 municípios também serão beneficiadas com kits adicionais, com investimento de R$ 6 milhões.
Mais refeições e famílias atendidas
O coordenador do programa, Tiago Pereira, afirmou que o Bahia Sem Fome entra em uma nova fase, mais estruturada e com alcance ampliado.
“Estamos alcançando mais de 50 mil famílias. Essa agenda não é só sobre comida, é sobre garantir direitos, segurança e dignidade.”
Com um aditivo de R$ 10 milhões, o número de refeições servidas pelas 100 cozinhas já em operação passará de 2,2 milhões para 3,3 milhões ao longo dos próximos 12 meses. Cada organização oferece no mínimo 200 refeições por dia.
Além disso, o novo pacote prevê a distribuição de 100 mil cestas básicas, com investimento de R$ 15 milhões, para atender famílias em situação de insegurança alimentar grave. Desde sua criação, o Bahia Sem Fome já distribuiu cerca de 2.800 toneladas de alimentos em todo o estado.
Feira de Santana recebe maior cota de leite do PAA
No âmbito federal, foi renovado o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA Leite, com R$ 15 milhões em recursos. A ação beneficiará 65 mil pessoas, incluindo 950 agricultores familiares e 155 entidades sociais. Feira de Santana será destaque, recebendo cinco mil litros de leite diários.
Já o PAA Alimento vai destinar R$ 8 milhões para comunidades quilombolas e indígenas, alcançando 123 mil pessoas em 121 municípios baianos.
“A fome dói, e a gente tem pressa”, diz representante de Uauá
Entre as organizações beneficiadas está o tradicional Clube de Mães de Uauá, no nordeste baiano. A presidente Fátima Ribeiro celebrou a chegada do projeto:
“A fome tem pressa, a fome dói. Agora vamos oferecer a refeição pronta para quem precisa, permitindo que essas famílias possam cuidar melhor dos filhos ou buscar trabalho. Isso nos dá esperança.”
Restauração do Santuário Senhor dos Passos reforça identidade cultural

Foto: Matheus Landim/GOVBA
Além das ações sociais, o Governo do Estado anunciou a restauração da fachada do Santuário Senhor dos Passos, ícone da arquitetura neogótica em Feira de Santana. A obra contará com investimento de R$ 1,5 milhão do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA).
O templo, construído em 1964 e tombado como patrimônio estadual, passará por recuperação estrutural e decorativa, preservando características originais, como pináculos e adornos degradados pelo tempo.
“Preservar a história da nossa cidade é preservar a identidade do nosso povo”, declarou o padre Júlio Santa Bárbara, pároco do santuário. “Essa reforma é um símbolo de fé, mas também de esperança.”
De 2023 para 2025, os investimentos do Estado em restauração de patrimônios históricos cresceram mais de 150%, segundo dados do Ipac.
Fonte: Redação Portal Rádio Repórter com informações de Milena Fahel