Evento em Feira de Santana reúne mais de cem municípios e marca lançamento de programas, editais e o 3º Plano Estadual de Segurança Alimentar
A Bahia deu um passo significativo na luta contra a fome com a realização do 1º Seminário Estadual do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), nesta quarta-feira (30), em Feira de Santana. Com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, o evento reuniu representantes de mais de cem municípios, universidades, conselhos e órgãos dos governos estadual e federal.
Durante o seminário, o Governo do Estado anunciou novos investimentos e programas estratégicos para ampliar o acesso à alimentação saudável e apoiar a produção local de alimentos.
Programa de hortas urbanas, cozinhas comunitárias e ciência no cotidiano
Entre as principais iniciativas, o governador lançou o Programa Estadual de Agricultura Urbana e Periurbana, que será enviado à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A proposta incentiva a criação de hortas em bairros e periferias, valorizando a agricultura comunitária já praticada por moradores.
Também foi lançado o programa Hortas Comunitárias da Bahia, que beneficiará cem municípios com kits compostos por sistema de irrigação, caixa d’água de 10 mil litros, EPIs, ferramentas e sementes — um investimento total de R$ 7 milhões.
Outro destaque foi o edital “Comida no Prato”, que vai estruturar cozinhas comunitárias em cem municípios, com investimento de R$ 60 milhões. Cada unidade poderá fornecer até 200 refeições diárias, durante um ano, beneficiando mais de 41 mil pessoas por dia.
Além disso, foi apresentado o programa Ciência na Mesa Nutricional, uma parceria entre a Secti e a Fapesb, que vai apoiar projetos de educação alimentar por meio de vídeos, jogos, cordéis e oficinas voltados para comunidades vulneráveis.
Plano Estadual e resultado expressivo no combate à fome
Durante o evento, o governador Jerônimo Rodrigues também autorizou o lançamento do 3º Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN), que estabelece metas e diretrizes para as políticas públicas de combate à fome nos próximos anos.
“Na Bahia, conseguimos tirar cerca de um milhão de pessoas da situação de insegurança alimentar. Essa conquista é fruto de um esforço coletivo”, destacou o governador, citando a atuação conjunta de universidades, movimentos sociais, prefeitos, deputados e do próprio governo estadual.
Brasil fora do Mapa da Fome da ONU
As ações da Bahia se somam aos programas federais, como o Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), reestruturados desde 2023. Esse esforço conjunto contribuiu para que o Brasil saísse do Mapa da Fome, conforme relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), divulgado na última segunda-feira (28).
Segundo o relatório, menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subalimentação, retirando o país da lista de nações com insegurança alimentar grave.
“A articulação intersetorial é a única saída para garantir alimentação digna para quem mais precisa”, afirmou Tiago Pereira, coordenador do programa Bahia Sem Fome.
O seminário segue até esta quinta-feira (31), com oficinas, rodas de conversa e elaboração de planos municipais de segurança alimentar junto aos gestores locais.
Fonte: Redação com informações da Secom Bahia