Em 2024, a Bahia alcançou um marco histórico na educação brasileira: passou a liderar o ranking nacional de escolarização entre adolescentes de 15 a 17 anos, com impressionantes 95,9% dos jovens frequentando a escola. O índice representa 662 mil estudantes nessa faixa etária, e marca um crescimento expressivo de 6,6% em relação a 2023, o maior avanço absoluto entre todos os estados do Brasil.
Esse desempenho fez com que a Bahia saltasse da 6ª para a 1ª colocação no país, aproximando-se da meta de universalização da educação prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), com prazo final em 2024.
Avanços também entre crianças e jovens adultos
O crescimento da presença escolar não se restringiu aos adolescentes. Em outras faixas etárias, os dados também apontam evolução:
Crianças de 0 a 3 anos: frequência escolar subiu de 34,7% para 35,7%
Jovens de 18 a 24 anos: taxa foi de 29,9% para 32,4%
Crianças de 6 a 14 anos: índice manteve-se elevado, em 99,5%
A única queda registrada foi entre crianças de 4 a 5 anos, o que mostra que nenhuma das metas do PNE foi plenamente alcançada, apesar dos avanços gerais.
Desigualdades persistem na educação baiana
Apesar dos bons resultados, desafios estruturais ainda limitam o progresso educacional na Bahia:
1 em cada 4 adolescentes ainda apresenta atraso escolar
Mais da metade da população adulta (51,4%) não concluiu o Ensino Médio
Apenas 13,6% dos adultos têm Ensino Superior completo
A taxa de analfabetismo caiu para 9,7%, mas ainda afeta 1,2 milhão de pessoas, principalmente idosos
Outro dado preocupante é o chamado grupo dos “nem-nem”: 2 em cada 10 jovens de 15 a 29 anos não estudam nem trabalham. O cenário é ainda mais crítico entre as mulheres, que representam a maior parte dessa população vulnerável.
Educação na Bahia: progresso com alertas
Os números revelam que a Bahia está no caminho certo para a inclusão escolar, especialmente entre os adolescentes, mas a qualidade da educação, a permanência e a conclusão dos estudos ainda são obstáculos significativos. O avanço no ranking nacional mostra que políticas públicas direcionadas podem gerar resultados rápidos — mas sustentá-los exige atenção a questões como evasão, desigualdade de gênero e acesso à formação técnica e superior.
Redação