Mais de 43 mil registros de SRAG ligados ao vírus em 2025; 82% atingem crianças menores de dois anos
O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (5) pela Fiocruz, revela um cenário que exige atenção redobrada: em 2025, o Brasil já contabilizou 43,7 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável pela maioria dos quadros de bronquiolite em bebês. Do total, 82% dos registros envolveram crianças com menos de dois anos.
Diante dos números, a pesquisadora do Procc/Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella, reforça a importância da nova vacina disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ela, a imunização materna será decisiva para reduzir internações em 2026.
“É fundamental que gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez, vacinem-se contra o VSR. A dose única protege o bebê nos primeiros meses de vida, quando o risco é maior”, alerta.
Vacina contra o VSR já está em distribuição nacional
O Ministério da Saúde iniciou a entrega do primeiro lote de 673 mil doses da vacina contra o VSR a estados e ao Distrito Federal. A liberação possibilita o início imediato da imunização de gestantes, grupo considerado prioritário.
O imunizante, que chega ao SUS de forma gratuita, representa um avanço importante: na rede privada, o valor pode chegar a R$ 1,5 mil. A oferta pública é resultado de parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, que realizará transferência de tecnologia para produção nacional.
Ensaios clínicos comprovam que a vacinação materna reduz em mais de 80% os casos graves de VSR em bebês nos primeiros 90 dias de vida — fase em que o sistema respiratório ainda é extremamente vulnerável.
Tendência de queda nos casos de SRAG
O boletim indica que, em nível nacional, os casos de SRAG apresentam queda tanto no longo prazo (últimas seis semanas) quanto no curto prazo (três semanas). Apenas Roraima e Rondônia permanecem em patamar de alerta, risco ou alto risco.
Apesar de a influenza A mostrar redução expressiva no Centro-Oeste e sinais de queda no Sudeste e na Bahia, o vírus ainda é a principal causa de SRAG entre jovens e adultos de 15 a 49 anos. Entre idosos, segue ao lado da Covid-19 como um dos maiores motivos de hospitalização.
Estados e capitais com maior incidência
Sete estados permanecem com níveis classificados como alerta, risco ou alto risco — embora sem crescimento recente:
- Amazonas
- Espírito Santo
- Mato Grosso do Sul
- Pará
- Rio de Janeiro
- Santa Catarina
- Sergipe
Entre as capitais, três registram atividade elevada de SRAG:
- Aracaju (SE)
- Porto Velho (RO)
- Boa Vista (RR)
O que mostram os testes nas últimas quatro semanas
Prevalência entre os casos positivos de SRAG:
- 38,4% – rinovírus
- 24,3% – influenza A
- 13,8% – Covid-19
- 5,6% – VSR
- 2,5% – influenza B
Proporção entre os óbitos confirmados:
- 40,1% – Covid-19
- 28,9% – influenza A
- 16,2% – rinovírus
- 3,6% – VSR
- 2,5% – influenza B
O levantamento do InfoGripe utiliza dados atualizados até 29 de novembro, referentes à Semana Epidemiológica 48. O monitoramento reforça a importância de manter a vigilância e ampliar a cobertura vacinal — sobretudo entre gestantes — para conter o impacto das doenças respiratórias.
Fonte: Brasil 61











