Vice-presidente associa cortes a encontro entre Lula e Trump; governo também destaca aumento nas vendas com o programa Carro Sustentável
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou em Brasília, neste sábado (4 de outubro de 2025), que houve avanços nas negociações com os Estados Unidos que reduziram tarifas sobre produtos brasileiros — resultados que, segundo ele, decorrem do breve encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump durante a Assembleia-Geral da ONU, no fim de setembro.
Alckmin detalhou que, na revisão anunciada pelo governo dos EUA no âmbito da chamada Seção 232, itens como madeira macia e madeira serrada tiveram a tarifa global fixada em 10%, enquanto categorias como armários, móveis e estofados passaram a sofrer alíquotas de 25% — alterações previstas na proclamação norte-americana que entrou em vigor com medidas publicadas no final de setembro. As mudanças fazem parte de um pacote mais amplo de ajustes tarifários anunciados pela Administração dos EUA.
O ministro ressaltou que a retirada de alguns produtos do chamado “tarifaço” de 50% representaria, na avaliação do governo brasileiro, a exclusão de US$ 370 milhões em exportações do país do regime mais gravoso, um reflexo direto, segundo ele, das tratativas bilaterais iniciadas em Nova York.
Ao comentar a aplicação da Seção 232 — mecanismo previsto na legislação comercial americana para impor tarifas por motivos de segurança nacional — Alckmin destacou que as medidas recentes foram concebidas de forma a tratar o Brasil em condições equivalentes às de outros parceiros comerciais, o que, na sua leitura, evita perda de competitividade dos produtos nacionais nos mercados externos.
O vice-presidente qualificou o encontro entre Lula e Trump como “um primeiro passo” e afirmou ter convicção de que haverá próximos passos nas conversas bilaterais. Alckmin também vem atuando como interlocutor direto com autoridades comerciais dos EUA — citou, por exemplo, contatos recentes com o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutcnick — e disse esperar que eventuais ajustes avancem por meio desse diálogo permanente.
Na mesma agenda pública em Brasília, Alckmin comemorou os resultados do programa Carro Sustentável, lançado em 11 de julho, e citou dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave: de 11 de julho a 30 de setembro as vendas de modelos enquadrados no programa subiram 28,2%). O ministro atribuiu o desempenho a incentivos fiscais e critérios de sustentabilidade que tornam os veículos de entrada mais acessíveis.
Segundo o governo, o Carro Sustentável combina exigências ambientais — como limite de emissão de até 83 g de CO₂ por km, propulsão flex e alto índice de reciclabilidade (cerca de 80%) — com redução tributária para estimular a oferta de veículos fabricados no Brasil e ampliar o acesso à mobilidade. Alckmin afirmou que o programa tem impacto econômico e social por diminuir o preço do carro de entrada no país.
Por fim, Alckmin confirmou que Lula e Trump concordaram em manter novo contato — virtual ou presencial — em data a ser definida, sinalizando a intenção de dar continuidade às negociações econômicas iniciadas em Nova York e de consolidar os acordos setoriais que podem beneficiar exportadores brasileiros.
Fonte: Redação com informações da Agência Brasil