Setor abriu mais de 52 mil vagas em janeiro, mas retração na agroindústria afetou os resultados no mês de março
O agronegócio brasileiro começou 2025 com um desempenho expressivo na geração de empregos formais. Segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), só no mês de janeiro foram abertas 52.813 vagas com carteira assinada, o maior saldo registrado desde 2022. O resultado veio após um total de 264.694 admissões e 211.881 desligamentos, superando os saldos de 2024 (39.466) e 2023 (34.610).
Apesar do início animador, o setor enfrentou uma desaceleração nos meses seguintes. Em março, os números indicaram 243.523 admissões e 246.339 desligamentos, fechando o mês com um saldo negativo de 2.816 postos de trabalho. O desempenho ficou abaixo de março de 2024, quando houve um saldo positivo de 4.261 vagas, e de março de 2023, com 15.115 novas vagas.
A retração foi puxada principalmente pela agroindústria, que liderou as perdas de emprego. As cinco áreas com maior queda em março foram:
- Fabricação de açúcar bruto
- Fabricação de álcool
- Cultivo de laranja
- Fabricação de produtos de padaria e confeitaria
- Cultivo de cana-de-açúcar
Mesmo com a queda, o acumulado do primeiro trimestre de 2025 ainda é positivo, graças ao forte desempenho de janeiro.
Destaques regionais
O Rio Grande do Sul liderou a geração de empregos no setor agropecuário no início do ano. As cinco cidades com maior saldo de vagas foram:
- Vacaria: +7.176 empregos
- Santa Cruz do Sul: +1.548 empregos
- Flores da Cunha: +1.305 empregos
- Bento Gonçalves: +1.265 empregos
- Bom Jesus: +1.247 empregos
Segmentação das admissões
Em janeiro, a distribuição das vagas foi dividida entre os principais segmentos do agronegócio:
- Agropecuária: 42% das contratações, com saldo de 30,6 mil vagas
- Agroindústria: 38%, saldo de 11,1 mil
- Agroserviços: 17%, saldo de 8,9 mil
- Insumos: 4%, saldo de 2,2 mil
Peso do setor na economia
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) estima que o agronegócio atualmente represente 29,4% do PIB total brasileiro, com um avanço de 6,49% somente no primeiro trimestre de 2025.
Mesmo com os desafios enfrentados em março, o agronegócio segue como um dos pilares da economia nacional, responsável por uma fatia significativa do emprego formal e do crescimento do país.
Fonte: Brasil 61