A Advocacia do Senado Federal protocolou dois pedidos de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), acusado de violência política de gênero contra a ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT). Os documentos foram enviados à Justiça Eleitoral do Ceará nos dias 1º e 4 de setembro, mas ainda aguardam análise.
Reincidência de ataques e justificativa para prisão
As acusações contra Ciro Gomes começaram em 2023, quando Janaína assumiu temporariamente uma cadeira no Senado, substituindo o então senador Camilo Santana, atual ministro da Educação. Em entrevistas, Ciro se referiu à parlamentar como “cavalo” do ministro e “assessora de assuntos de cama”. Mais recentemente, voltou a atacá-la, afirmando que ela “recrutava moças pobres e de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana”.
Segundo a Advocacia do Senado, as declarações configuram violência política de gênero e indicam que Ciro continuou cometendo os mesmos atos mesmo após se tornar réu. A reincidência, aliada à influência política do ex-governador, justificaria a prisão preventiva por risco à ordem pública. Caso a medida não seja acatada, o órgão sugere alternativas como proibição de contato com Janaína, restrição de manifestações públicas ofensivas e impedimento de aproximação física.
Investigação e posicionamento da defesa
O Ministério Público Eleitoral do Ceará já havia se manifestado anteriormente a favor de medidas cautelares alternativas. Neste mês, a Justiça Eleitoral solicitou à Polícia Federal a abertura de investigação sobre possível perseguição à prefeita.
Em sua defesa, Ciro Gomes alegou que suas declarações são críticas políticas à atuação de Camilo Santana e que não configuram violência de gênero. Seu advogado, Walber Agra, afirmou que o pedido de prisão busca “criminalizar um discurso político” e “constranger” o ex-ministro.
Redação