Prova histórica reúne 55 mil corredores de 44 países e marca avanço das mulheres no esporte
A Corrida Internacional de São Silvestre chega à sua 100ª edição alcançando marcas históricas. Em 2025, 55 mil corredores de 44 países se inscreveram para a prova, estabelecendo um recorde absoluto de participação. Outro dado emblemático é o crescimento da presença feminina: as mulheres representam 47% do total de inscritos, o maior índice da história da competição.
👟 Mulheres ganham protagonismo na prova centenária
O avanço da participação feminina foi celebrado por atletas brasileiras durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (30), em São Paulo. A corredora Núbia de Oliveira, melhor brasileira na edição passada, destacou o simbolismo do momento.
“A São Silvestre tem 100 anos de história e, por muito tempo, a participação feminina foi proibida. Hoje, ver esse crescimento nos motiva ainda mais. Nós não temos limites”, afirmou.
Segundo Núbia, a corrida de rua se tornou um espaço de reencontro, superação e empoderamento para as mulheres, que hoje ocupam posição de destaque no cenário esportivo.
🏃 Inspiração que transforma vidas
A brasileira Jeane dos Santos, natural de Santo Antônio de Jesus (BA), também exaltou o papel transformador da corrida. Ela relatou que o esporte foi decisivo para superar a depressão e a ansiedade.
“Hoje eu sou referência para muitas mulheres da minha cidade. A corrida é libertação. Quando eu corro, me sinto livre”, declarou.
Para Jeane, a presença feminina na São Silvestre representa mais do que números: simboliza liberdade, identidade e inspiração para novas gerações.
🌍 Desafio contra o domínio africano
Apesar do otimismo, as brasileiras sabem que enfrentarão forte concorrência das atletas africanas. O Brasil não vence a São Silvestre no feminino desde 2006, enquanto as quenianas dominam o pódio desde 2016.
A queniana Cynthia Chemweno, vice-campeã em 2024, confirmou presença e mostrou confiança. “Estou muito orgulhosa de representar meu país. Amanhã vou voar”, disse. Já a tanzaniana Sisilia Ginoka Panga destacou a energia do público brasileiro como um diferencial.
🇧🇷 Brasileiros analisam diferenças de estratégia
No masculino, o domínio africano também persiste. O brasileiro Johnatas Cruz, melhor colocado do país nas duas últimas edições, apontou diferenças estratégicas entre africanos e brasileiros.
“Eles treinam e competem em grupo. Nós ainda corremos muito de forma individual. Isso faz diferença em provas desse nível”, avaliou.
O atleta Wendell Jerônimo Souza concorda e defende maior união entre os brasileiros durante a prova. Já o queniano Wilson Maina resumiu o segredo africano: “Treinar juntos, com amizade e apoio mútuo”.
⏱️ Programação e percurso
A 100ª Corrida Internacional de São Silvestre acontece na manhã desta quarta-feira (31), encerrando o calendário esportivo nacional. A programação começa às 7h25 com a largada dos cadeirantes, seguida pelas elites feminina e masculina e, depois, o pelotão geral.
Desde 1991, a prova tem 15 quilômetros, com largada na Avenida Paulista, passando pela tradicional subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio e chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, também na Paulista.
Fonte: Elaine Patricia Cruz – Agência Brasil











