Reajuste entra em vigor em janeiro e beneficia quase 62 milhões de brasileiros, aponta Dieese
O novo salário mínimo de R$ 1.621, previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro e começar a ser pago em fevereiro, deverá injetar R$ 81,7 bilhões na economia brasileira. A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que avaliou os impactos do reajuste sobre a renda das famílias, o consumo e a arrecadação, mesmo em um cenário de maior rigor fiscal.
👥 Quem será impactado pelo novo mínimo
De acordo com o Dieese, cerca de 61,9 milhões de brasileiros terão rendimentos diretamente influenciados pelo novo piso nacional. O maior impacto recai sobre beneficiários da Previdência Social.
- 29,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS;
- 17,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada;
- 10,7 milhões de trabalhadores autônomos;
- 3,9 milhões de empregados domésticos;
- 383 mil empregadores.
O novo valor representa um reajuste nominal de 6,79% em relação ao salário mínimo atual, seguindo as diretrizes da política permanente de valorização do piso salarial.
📊 Impacto direto nas contas públicas
O Dieese alerta que o aumento do salário mínimo tem efeitos relevantes sobre o orçamento federal, já que grande parte dos benefícios sociais é indexada ao piso nacional.
- R$ 39,1 bilhões de aumento estimado nas despesas da Previdência Social em 2026;
- R$ 380,5 milhões de custo adicional para cada R$ 1 de reajuste no mínimo;
- 46% dos gastos previdenciários impactados diretamente;
- 70,8% dos beneficiários do INSS recebem valores atrelados ao salário mínimo.
O desafio do governo será equilibrar o ganho de renda da população com o controle das despesas obrigatórias, especialmente diante das metas fiscais estabelecidas para os próximos anos.
⚖️ Como o reajuste foi calculado
O valor do salário mínimo segue os critérios definidos pela Lei nº 14.663/2023, que estabelece dois pilares para a correção anual:
- Inflação medida pelo INPC do ano anterior;
- Crescimento do PIB de dois anos antes.
No entanto, para 2026, o cálculo sofreu limitações impostas pelo novo arcabouço fiscal (Lei Complementar nº 200/2023), que estabelece um teto para o crescimento real das despesas da União.
📈 Números que explicam o novo valor
- Inflação (INPC): 4,18% – considerada integralmente;
- Crescimento do PIB: 3,4%, limitado a 2,5% pelo teto fiscal;
- Aumento nominal: R$ 103.
Com isso, o salário mínimo passa a R$ 1.621, reforçando o poder de compra da população de menor renda e mantendo o piso como um dos principais instrumentos de redistribuição econômica do país.
Fonte: Agência Brasil / Dieese











