Casos e mortes caem mais de 70%, e SUS aposta em vacina 100% nacional para ampliar proteção
O Brasil contabilizou 1.660.190 casos prováveis de dengue em 2025, de acordo com a atualização mais recente do Ministério da Saúde. No mesmo período, a doença provocou 1.762 mortes, enquanto outros 200 óbitos ainda estão em investigação, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses.
Em comparação com 2024, quando o país enfrentou um dos piores cenários da história, os números representam uma queda de 75% nos casos prováveis e de 72% no número de mortes. No ano passado, foram registrados mais de 6,5 milhões de casos e 6.321 óbitos.
📍 Casos e mortes por região
O Sudeste segue concentrando a maior parte dos registros, tanto de casos quanto de óbitos. Veja o panorama regional:
- Sudeste: 1.132.304 casos | 1.288 mortes
- Sul: 222.171 casos | 219 mortes
- Centro-Oeste: 162.441 casos | 145 mortes
- Nordeste: 102.647 casos | 64 mortes
- Norte: 40.643 casos | 46 mortes
📊 Estados com mais casos prováveis
Entre os estados, São Paulo lidera com ampla diferença. Confira os principais números:
- São Paulo: 900.677
- Minas Gerais: 167.400
- Paraná: 110.896
- Goiás: 101.795
- Rio Grande do Sul: 85.220
- Bahia: 32.673
- Rio de Janeiro: 29.496
💉 SUS compra 3,9 milhões de doses da vacina contra dengue
Como estratégia para consolidar a redução dos casos, o Ministério da Saúde assinou, na última sexta-feira (19), contrato para a compra da primeira vacina contra a dengue de dose única do mundo, produzida integralmente no Brasil pelo Instituto Butantan.
O investimento é de R$ 368 milhões para a aquisição de 3,9 milhões de doses, que serão ofertadas exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026.
O imunizante protege contra os quatro sorotipos da dengue e apresenta:
- 74,7% de eficácia contra a forma sintomática;
- 89% de proteção contra casos graves e com sinais de alarme;
- Indicação para pessoas de 12 a 59 anos.
🩺 Prioridade para profissionais de saúde
Do total adquirido, 1,3 milhão de doses serão destinadas prioritariamente a profissionais da Atenção Primária à Saúde, incluindo:
- Agentes comunitários de saúde;
- Agentes de combate às endemias;
- Enfermeiros e técnicos de enfermagem;
- Médicos que atuam em visitas domiciliares.
A estratégia deve começar no fim de janeiro de 2026.
📈 Ampliação gradual da vacinação
O Ministério da Saúde também adotará municípios-piloto para avaliar o impacto do novo imunizante na transmissão da doença. A vacinação acelerada será testada inicialmente em:
- Botucatu (SP);
- Maranguape (CE);
- Possível inclusão de Nova Lima (MG).
A expansão nacional dependerá do aumento da produção, viabilizado por uma parceria entre Brasil e China, que prevê a transferência de tecnologia do Instituto Butantan para a empresa chinesa WuXi Vaccines, com potencial de ampliar a produção em até 30 vezes.
🦟 Prevenção segue fundamental
Mesmo com a queda expressiva nos números, o Ministério da Saúde reforça que a prevenção continua essencial. A campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya” segue em andamento.
Entre as principais medidas preventivas estão:
- Eliminar recipientes que acumulem água;
- Manter caixas d’água e reservatórios bem vedados;
- Limpar calhas, lajes e ralos;
- Usar telas e repelentes em áreas de risco;
- Apoiar as ações dos agentes do SUS.
O combate à dengue depende da ação conjunta do poder público e da população, especialmente nos períodos de maior circulação do mosquito Aedes aegypti.
Fonte: Brasil 61











