A partir de janeiro de 2026, o salário mínimo no Brasil passará a ser de R$ 1.621. O novo valor foi definido com base na regra de valorização que soma a inflação (medida pelo INPC acumulado até novembro) ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes (2024).
Desta vez, o crescimento real teve um limitador: o teto de 2,5% ao ano, imposto pelas regras do arcabouço fiscal (teto de gastos). Mesmo assim, o modelo garante que o piso nacional suba acima da inflação, diferenciando-se da política adotada nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, que repunham apenas as perdas inflacionárias.
Impacto na Economia e no Bolso
O reajuste tem um efeito cascata gigantesco na economia brasileira:
Beneficiários: Cerca de 62 milhões de pessoas têm sua renda atrelada ao salário mínimo (incluindo trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas).
Injeção de Recursos: O aumento colocará R$ 81,7 bilhões extras em circulação na economia.
A Importância do Aumento Real
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese) celebrou a retomada da política de ganho real. Em nota técnica, o órgão explicou que a política anterior (apenas inflação) corroeu o poder de compra, especialmente porque a inflação dos alimentos subiu muito acima da média geral entre 2020 e 2022.
“Enquanto os preços avançavam continuamente, a recomposição salarial ocorria apenas uma vez, no reajuste anual, fazendo com que o salário mínimo real se deteriorasse”, avaliou o Dieese.
O Abismo entre o Real e o Ideal
Apesar do aumento, o valor ainda está longe do que a Constituição Federal determina como suficiente para suprir as necessidades básicas de uma família (alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência).
Comparativo (Base: Nov/2025)
Valor
Novo Salário Mínimo (2026)
R$ 1.621,00
Salário Mínimo Ideal (Dieese)
R$ 7.067,18
Diferença
O ideal é 4,3 vezes maior que o real.
Redação com informações da Agência Brasil











