Morreu neste sábado (20), aos 85 anos, o cantor e compositor Lindomar Castilho. A notícia foi confirmada por sua filha, Lili de Grammont, por meio de um desabafo nas redes sociais. Embora a causa oficial da morte não tenha sido divulgada pela família, o artista enfrentava o diagnóstico de Parkinson há mais de uma década e vivia de forma reclusa em seu apartamento em Goiânia.
O velório está previsto para as 13h deste sábado no Cemitério Santana, na capital goiana.
O Sucesso: “Rei do Bolero” e Ídolo Popular
Nascido em Rio Verde (GO), Lindomar Castilho foi um dos maiores fenômenos de venda de discos no Brasil durante os anos 1970 e 1980. Conhecido por sua voz potente e estilo romântico dramático, ele conquistou o país e a América Latina com clássicos do gênero “brega” e boleros:
“Você É Doida Demais”: Seu maior hit, que ganhou novo fôlego em 2001 como tema de abertura da série Os Normais, da TV Globo.
“Vou Rifar Meu Coração”: Canção que se tornou título de um documentário sobre a música romântica brasileira em 2011.
Carreira Internacional: Apelidado de “El nuevo ídolo de las Américas”, gravou diversos álbuns em espanhol e chegou a representar o Brasil em programas da TV americana.
A Tragédia: O Crime de 1981
A trajetória de brilho nos palcos foi permanentemente sombreada por um dos episódios mais chocantes da crônica policial brasileira. Em 30 de março de 1981, motivado por ciúmes, Lindomar assassinou a tiros sua ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação dela em um bar em São Paulo.
O crime gerou enorme comoção e impulsionou o movimento feminista com o lema “Quem ama não mata”. Condenado a 12 anos de prisão, o cantor cumpriu parte da pena em regime fechado e semiaberto, deixando a cadeia em 1996.
Em sua despedida hoje, a filha Lili de Grammont refletiu sobre o impacto do pai em sua vida:
“Meu pai partiu! Ao tirar a vida da minha mãe, também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira.”
Após tentar um breve retorno à música nos anos 2000, Lindomar Castilho optou pelo isolamento definitivo, declarando em entrevistas raras que “não cantava mais nem no chuveiro”.
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