A segurança do sistema de pagamentos instantâneos passa por uma evolução crucial a partir deste domingo (23). Entra em operação a nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED), a ferramenta oficial do Banco Central para rastrear e bloquear valores oriundos de golpes, fraudes ou coação no Pix.
A atualização traz uma mudança técnica significativa: a capacidade de acompanhar todo o percurso do dinheiro roubado, mesmo que ele passe por várias contas bancárias. Embora a adesão das instituições financeiras seja opcional neste primeiro momento de implementação, o uso do novo sistema se tornará obrigatório a partir de 2 de fevereiro de 2026.
O Fim da ‘Triangulação’ de Contas
Criado em 2021, o MED original possuía uma limitação que beneficiava os criminosos: ele permitia o bloqueio apenas da primeira conta que recebia o valor fraudado. Como os golpistas costumam transferir o dinheiro rapidamente para uma rede de contas laranjas em diferentes bancos (uma técnica conhecida como triangulação), a recuperação dos valores tornava-se quase impossível.
Com o aprimoramento, o sistema passa a operar com uma inteligência interbancária:
- Rastreamento Completo: O sistema identifica os caminhos sucessivos do dinheiro.
- Compartilhamento de Dados: As informações sobre o fluxo financeiro são compartilhadas entre os bancos envolvidos na cadeia de transferências.
- Agilidade: A meta é possibilitar a devolução do dinheiro à vítima em até 11 dias após a contestação.
Botão de Contestação: O Primeiro Passo
Para ativar o MED, a ação rápida da vítima é fundamental. Desde outubro, o Pix conta com o “botão de contestação”, uma funcionalidade que deve estar visível e acessível nos aplicativos bancários.
Ao perceber a fraude, o usuário pode relatar o ocorrido diretamente na área do Pix (geralmente na opção “extrato” ou “denunciar transação”). Essa notificação integra o MED e acelera o processo de bloqueio nas contas dos criminosos, aumentando substancialmente as chances de recuperação dos recursos.
Redação









