Presidente dos EUA se disse surpreso ao saber da prisão preventiva; Flávio Bolsonaro critica Moraes e mantém convocação de vigília
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou neste sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, detido pela Polícia Federal nas primeiras horas da manhã. O líder americano classificou a situação como “uma pena”.
Trump atendia jornalistas em frente à Casa Branca, em Washington, quando foi questionado sobre o caso. Ele afirmou inicialmente que não tinha conhecimento da notícia e chegou a perguntar se a informação era verdadeira. Ao ser confirmado pelos repórteres, limitou-se a dizer: “It’s a shame” (“é uma pena”).
Trump e Bolsonaro: aliados políticos e reflexos econômicos
O ex-presidente brasileiro é considerado um aliado político de Trump, e a condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal — que responsabilizou Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e fixou pena de 27 anos — chegou a ser usada pelo republicano para justificar a tarifa extra de 50% sobre alguns produtos brasileiros em agosto.
Trump chegou a chamar o julgamento de “caça às bruxas”. No entanto, após negociações recentes com o governo brasileiro, os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira (21) a retirada da tarifa adicional de 40% que ainda incidia sobre mercadorias do Brasil. A mudança beneficia produtos como café, açaí, carnes, coco e castanhas.
A medida marca nova fase na política comercial norte-americana: na semana passada, Trump já havia anunciado a redução de tarifas de importação de cerca de 200 itens alimentícios. Agora, para parte desses produtos, a taxa está zerada.
Filhos de Bolsonaro reagem e Flávio mantém vigília
Horas após a prisão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se manifestou nas redes sociais e repudiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, responsável pela ordem de prisão preventiva. Ele classificou a medida como “esdrúxula e frágil”.
Flávio também afirmou que manterá a vigília convocada por ele para este sábado, citada pela Polícia Federal como possível risco de tumultos e até de facilitação de fuga — um dos pontos mencionados no relatório que embasou a decisão de Moraes.
O senador rebateu qualquer suspeita de tentativa de fuga, alegando que, se esse fosse o objetivo do ex-presidente, ele não teria retornado ao Brasil após permanecer nos Estados Unidos no fim de 2022, às vésperas da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele acrescentou ainda que sua referência ao “Senhor dos Exércitos” na convocação da vigília se tratava apenas de uma expressão religiosa, e não um aceno militar.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou que vai recorrer da decisão e acompanhará a audiência de custódia marcada para este domingo (23).
Fonte: Redação com informações G1











