A política nacional amanheceu em polvorosa neste sábado (22) com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A detenção, realizada pela Polícia Federal após a identificação de uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, gerou reações imediatas e distintas entre os principais governadores da direita brasileira.
Enquanto Cláudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG) saíram rapidamente em defesa do ex-mandatário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), adotou uma postura mais cautelosa, levando mais de cinco horas para se pronunciar oficialmente.
O Motivo da Prisão Preventiva
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e não se trata de cumprimento de pena, mas sim de uma medida cautelar. A decisão foi motivada por um alerta do sistema de monitoramento que indicou uma tentativa de retirada da tornozeleira eletrônica por parte do ex-presidente.
Zema e Castro: Defesa Imediata e Críticas ao Judiciário
Logo nas primeiras horas do dia, os governadores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro utilizaram suas redes sociais para classificar a ação como arbitrária.
Romeu Zema focou na narrativa de perseguição política e injustiça. “A injustiça prevaleceu. O Brasil viu hoje o que já sabíamos: afastaram Jair Bolsonaro do convívio da família, de forma arbitrária e vergonhosa”, publicou. O mineiro ainda argumentou que “silenciar opositor não é Justiça, é abuso de poder”.
Já Cláudio Castro, correligionário de Bolsonaro, expressou solidariedade e aproveitou para criticar indiretamente o governo atual. O governador fluminense afirmou que ele e o ex-presidente estão “juntos em mais esse desafio” e alertou para o que chamou de “desconstrução” da instituição da Presidência da República.
O Silêncio e a Reação Tardia de Tarcísio
Diferente de seus pares, Tarcísio de Freitas — apontado como o principal herdeiro político do bolsonarismo para a corrida presidencial de 2026 — manteve-se em silêncio durante toda a manhã. Sua manifestação ocorreu apenas por volta das 11h20, cerca de cinco horas após a operação da PF.
Em sua nota, Tarcísio classificou a prisão como “irresponsável” e atentatória à dignidade humana, citando a idade e o estado de saúde de Bolsonaro.
“Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos… além de irresponsável, atenta contra o princípio da dignidade humana. Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará”, escreveu o governador paulista.
O secretário de Segurança de SP e aliado próximo, Guilherme Derrite (PP-SP), também se manifestou, reforçando a lealdade e a crença na honestidade do ex-chefe do Executivo.
PL Fala em “Espanto” e Promete Reação Jurídica
O Partido Liberal (PL) divulgou nota oficial demonstrando “espanto” com a revogação da prisão domiciliar. A sigla reiterou que a defesa adotará todas as medidas cabíveis para reverter a decisão, enfatizando o estado de saúde debilitado do ex-presidente devido às cirurgias decorrentes do atentado de 2018.
Redação










