A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma forte desaceleração em outubro, atingindo 0,09%. O resultado, divulgado nesta quarta-feira (5) pelo IBGE, vem após a alta de 0,48% observada em setembro e representa a menor taxa para o mês de outubro desde 1998, quando o IPCA foi de 0,02%.
No acumulado de 12 meses, o índice registrou alta de 4,68%, ficando pela primeira vez abaixo da marca de 5% desde janeiro, e inferior aos 4,76% observados no mesmo período de 2023.
Alívio da Energia Elétrica
O principal fator que contribuiu para o alívio da inflação foi o grupo Habitação, com destaque para a queda da energia elétrica residencial, que recuou 2,39% em outubro, revertendo a alta de 10,3% vista em setembro.
A redução ocorreu devido à mudança da bandeira tarifária de vermelha para o Patamar 1. Com isso, a cobrança adicional por cada 100 kWh consumidos caiu de R$ 7,87 para R$ 4,46, diminuindo a pressão sobre o índice geral.
Outro grupo que contribuiu para a baixa variação foi Alimentos e Bebidas, que registrou inflação de apenas 0,01%, o menor para outubro desde 2017 (-0,05%), e interrompendo uma sequência de quatro meses de deflação.
Meta e Projeções Futuras
Apesar da desaceleração, o IPCA de 4,68% nos últimos 12 meses ainda se mantém acima do teto da meta de inflação estabelecida para 2025. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (o teto é 4,5%).
As projeções do mercado financeiro indicam que o IPCA deve voltar ao intervalo da meta em fevereiro de 2026, com uma previsão de atingir cerca de 4,07%, impulsionado por variações mais brandas nos preços ao longo dos próximos meses.
Redação









