Comissão terá 120 dias para apurar a atuação do crime organizado; instalação ocorre após operação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será oficialmente instalada na manhã desta terça-feira (4), no Senado Federal. Na sessão de abertura, os parlamentares irão eleger o presidente, o vice-presidente e o relator do colegiado, marcando o início dos trabalhos de investigação sobre o avanço das facções criminosas e milícias em todo o país.
A criação da CPI foi proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e aprovada em junho deste ano, mas a instalação vinha sendo adiada. A retomada do tema ocorre uma semana após a megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes e reacendeu o debate sobre a expansão das organizações criminosas e o papel do Estado no combate à violência.
Comissão terá 120 dias para apurações
Com prazo inicial de 120 dias, a CPI pretende investigar o fortalecimento das facções e milícias, bem como a suposta omissão do poder público na contenção dessas organizações. Ao todo, onze senadores compõem a comissão — dez deles já foram indicados pelas lideranças partidárias. O custo estimado para os trabalhos é de cerca de R$ 30 mil.
Segundo o senador Alessandro Vieira, o avanço do crime organizado no Brasil é resultado direto do que ele chama de “abandono do poder público”. O parlamentar defende que o colegiado tenha uma atuação técnica e focada em propor soluções estruturais. “Não se trata apenas de combater o tráfico, mas de entender como o Estado tem perdido espaço para essas organizações”, afirmou.
A CPI também deve convocar autoridades da área de segurança pública, representantes do Ministério da Justiça e especialistas para prestar depoimentos e contribuir com o levantamento de dados. O objetivo é mapear as redes criminosas e identificar as principais falhas na atuação dos órgãos responsáveis pelo enfrentamento da criminalidade.
Com a instalação, o Senado passa a ter um dos principais focos de investigação sobre o tema em nível nacional, em meio à crescente preocupação com a presença do crime organizado em diferentes esferas da sociedade.
Com informações do Senado Federal.











