Comando Vermelho é alvo de ofensiva nos complexos do São Cristóvão, a ação marca escalada bélica em território carioca
O Operação Contenção, deflagrada nesta terça-feira (28) pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e as forças de segurança estaduais, mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares com o objetivo de capturar lideranças da facção Comando Vermelho, combater sua expansão territorial e retomar o controle das favelas nos complexos da Complexo do Alemão e da Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
Segundo balanço oficial, pelo menos 64 pessoas foram mortas — dentre elas quatro policiais — e 81 suspeitos presos até o momento. :contentReference[oaicite:6]{index=6} A operação já é considerada a mais letal da história do estado, superando episódios como a operação no Massacre do Jacarezinho, em 2021, que deixou 28 mortos. :contentReference[oaicite:8]{index=8}
De acordo com o governo, o planejamento da ação envolveu mais de um ano de investigação e cerca de 60 dias de preparação. Foram cumpridos centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão, desde inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Em entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o governador Cláudio Castro afirmou que “quem exerce o poder é o Estado” e que os criminosos operam como “narcoterroristas”, utilizando drones, bombas e armamentos pesados.
A ação paralisou a rotina da capital: vias como a Avenida Brasil, a Linha Amarela e a Linha Vermelha foram alvo de bloqueios, mais de 100 linhas de ônibus tiveram alteração de itinerário e o município foi elevado ao “estágio 2” de atenção pelo Centro de Operações e Resiliência (COR).
A pesquisa mais recente do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), em parceria com o Instituto Fogo Cruzado, aponta que a facção Comando Vermelho foi a única a expandir seu controle territorial no Grande Rio entre 2022 e 2023, passando a dominar cerca de 51,9% das áreas sob controle criminoso — percentual que supera o das milícias.
Organizações de direitos humanos e moradores de favelas criticam a operação, denunciando que “segurança não se faz com sangue” e questionando o impacto sobre a população negra e de baixa renda.
Com a instalação de barricadas, uso de drones por criminosos e confrontos intensos que recolocaram os morros em um cenário de guerra urbana, o Estado encara mais do que um combate ao crime: segundo autoridades, uma ofensiva contra uma estrutura que atende como máquina de guerra.
O governo informou que a operação prossegue e que novas fases podem ocorrer nos próximos dias. Ainda não há balanço final dos resultados em prisões, armas apreendidas ou territórios retomados.
Fonte: Redação com informações Agência Brasil











