Anifrolumabe e belimumabe passam a ser cobertos a partir de 3 de novembro
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, em 15 de setembro de 2025, a inclusão de dois medicamentos — anifrolumabe e belimumabe — no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, tornando obrigatória sua cobertura pelos planos de saúde para tratamento do lúpus eritematoso sistêmico. A medida entra em vigor em 3 de novembro de 2025.
Quem será beneficiado
- A estimativa é de que cerca de 2 mil pessoas com planos de saúde se beneficiem da novidade.
- Serão pacientes adultos que continuam apresentando crises frequentes da doença, com alta carga de sintomas, mesmo já estando em terapia padrão.
Importância da medida
- É a primeira vez que medicamentos exclusivos para tratamento do lúpus como doença sistêmica entram no rol de cobertura obrigatória da ANS. Anteriormente, em 2024, o belimumabe já havia sido incluído, mas apenas para casos de nefrite lúpica, uma complicação renal do lúpus.
- Segundo o diretor-presidente da ANS, Wadih Damous, a medida representa um avanço importante para garantir qualidade de vida a pacientes com lúpus, ao oferecer tratamentos mais modernos e eficazes.
Desafios e perspectivas para o SUS
- Especialistas e a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) comemoram a decisão, mas ressaltam que ainda há desigualdade no acesso: muitos pacientes dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) e não terão automaticamente esse acesso com a medida da ANS.
- Há expectativa de que esse passo possa estimular discussões para que esses medicamentos também sejam disponibilizados pelo SUS, via processo de incorporação tecnológica junto ao Ministério da Saúde e à Conitec.
O que é o lúpus eritomatoso sistêmico
- Transtorno autoimune, crônico, com manifestações variadas — inclui inflamação de tecidos, articulações, pele, rins, entre outros órgãos. Se não for controlado adequadamente, pode provocar afastamentos frequentes das atividades cotidianas e complicações severas.
- Atinge principalmente mulheres entre 20 e 45 anos, com maior incidência em pessoas negras, e sintomas como dores articulares, lesões de pele que pioram com exposição solar, fadiga e desgaste físico.
Fonte: Agência Brasil