Encontro em Salvador reuniu gestores de 21 estados para discutir futuro do programa e prioridades para os próximos anos
O Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) já beneficiou 2,7 mil empresas entre 2023 e 2025 e agora entra em uma nova fase, com foco especial em sustentabilidade e digitalização. O balanço foi apresentado pela coordenadora nacional do programa pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Suzana Peixoto, durante o Encontro Nacional de Gestores do Procompi, realizado nesta quinta (11) e sexta-feira (12), em Salvador (BA).
Criado há 23 anos, o Procompi é uma iniciativa conjunta da CNI e do Sebrae, oferecendo soluções personalizadas para apoiar a modernização, gestão e inovação de micro e pequenas indústrias (MPEs).
Resultados e próximos passos
Nos últimos dois anos, 140 projetos foram executados, cada um atendendo em média 19 empresas. “Estamos atendendo mais de duas mil empresas, com ações que ajudam a transformá-las rumo à sustentabilidade e à digitalização, gerando resultados como a redução de custos e o aumento da capacidade de investir e crescer”, destacou Suzana.
No segundo dia do encontro em Salvador, gestores participaram da construção coletiva do Procompi 2.0, que terá como norte as tendências globais do setor. “O novo Procompi estará cada vez mais conectado com sustentabilidade e digitalização, trazendo todas as oportunidades, programas e conexões disponíveis no ecossistema brasileiro para melhor atender o pequeno empresário”, reforçou a coordenadora.
Gestão e tecnologia em debate
A programação incluiu palestras, painéis e dinâmicas sobre ESG, Indústria 4.0, inteligência artificial (IA), gestão e liderança. Um dos pontos centrais foi a sobrecarga dos empresários com a operação diária, o que dificulta o planejamento estratégico.
“O desafio da pequena empresa está justamente no papel do empresário, que dedica muito tempo à operação e pouco às estratégias de crescimento. O Procompi traz conhecimento e tecnologias adaptadas para que esse empreendedor possa se aperfeiçoar e expandir seus negócios”, explicou Suzana.
O pesquisador do SENAI Cimatec, André Oliveira, alertou que a digitalização é inevitável. “A inteligência artificial vai se tornar uma commodity. Quem não adotar agora, vai perder espaço.”
Já o superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira, lembrou que a IA não é exclusividade de grandes corporações. “As pequenas indústrias podem começar com aplicações simples e têm até mais potencial de ganho nesse processo. Hoje, já é possível acessar informação, capacitação e financiamento por meio do Sebrae, Senai e NACs.”
Indústria mais competitiva e inovadora
De acordo com a CNI, os avanços do Procompi não se resumem a números, mas representam a construção de uma indústria mais competitiva, inovadora e sustentável. O novo ciclo, que já começa a ser estruturado, terá como prioridade a integração, o acompanhamento constante e o fortalecimento das conexões entre empresas e instituições.
📌 Fonte: Brasil 61