Expectativa de corte de juros nos EUA e manutenção da Selic em 15% reforçam fluxo de capital para o Brasil; mercado já projeta dólar em R$ 5,30
O dólar comercial fechou em queda de 0,69% nesta sexta-feira (12), cotado a R$ 5,3537, no menor nível desde junho de 2024. Foi a terceira baixa consecutiva, acumulando recuo de 1,11% na semana e de 13,36% no ano.
Na B3, o dólar futuro para outubro caiu 0,72%, a R$ 5,3760. A moeda chegou a oscilar em alta pela manhã, tocando R$ 5,4043, mas perdeu força e atingiu a mínima do dia em R$ 5,3445.
Juros favorecem o real
A queda reflete o cenário de expectativa por cortes de juros nos Estados Unidos e a manutenção da Selic em 15% ao ano no Brasil. O diferencial de juros torna os ativos em reais mais atraentes e aumenta o fluxo de capital estrangeiro.
Analistas lembram que a faixa de R$ 5,40 segue como resistência, mas há espaço para o dólar buscar R$ 5,30 no curto prazo.
Política e cenário externo
A ausência de medidas de retaliação imediata dos Estados Unidos, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, também contribuiu para aliviar tensões no câmbio. Apesar das declarações do governo Trump, investidores preferiram apostar na continuidade da valorização do real.
Impactos na economia
- Inflação: dólar mais baixo reduz custos de importados e pressiona menos os preços internos.
- Exportadores: empresas voltadas à venda externa podem perder margem de lucro.
- Mercado financeiro: juros altos no Brasil e câmbio em queda favorecem entrada de capital estrangeiro e dão fôlego à Bolsa.
O que esperar
O mercado projeta o dólar em torno de R$ 5,30 nas próximas semanas, desde que não haja choques externos. O próximo movimento dependerá do Federal Reserve, que deve anunciar cortes de até 0,25 ponto percentual ainda neste ano.
Enquanto isso, o Banco Central brasileiro tende a manter a Selic em 15%, reforçando a atratividade dos ativos em reais.
Fonte: Redação