Queda foi puxada por energia elétrica, alimentos e transportes; índice acumula alta de 3,15% em 2025
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, registrou queda de 0,11% em agosto, configurando a primeira deflação do ano. O resultado foi influenciado principalmente pelos grupos Habitação (-0,90%), Alimentação e bebidas (-0,46%) e Transportes (-0,27%), que juntos retiraram 0,37 ponto percentual do índice geral.
No setor de energia elétrica, o recuo de 4,21% foi provocado pelo bônus de Itaipu, creditado nas contas de luz no mês. Já na alimentação, os destaques ficaram para as reduções nos preços do tomate, batata-inglesa, cebola, arroz e café. No grupo transportes, gasolina, etanol e passagens aéreas também apresentaram retração.
Efeito pontual
De acordo com Guidi Nunes, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), o resultado de agosto reflete fatores específicos.
“Assim, o fator principal que pesou nessa influência foi o fator habitação, particularmente energia, que é o bônus de Itaipu. Na parte de energia, teve um desconto de 4,2%, que é só para agosto. Não vai ter, em setembro, esse desconto, então ela volta à normalidade”, explicou.
Com esse desempenho, o IPCA acumula alta de 3,15% em 2025 e 5,13% nos últimos 12 meses. Para o economista, o quadro é positivo.
“Esse cenário inflacionário brasileiro é benigno. O Banco Central ainda mantém uma taxa de juros alta, perseguindo a meta de inflação de 3%, com teto de 4,5%, e a inflação tem ficado, nos últimos seis anos, na faixa de 5%”, avaliou.
Diferenças regionais
Entre as capitais, Vitória (ES) registrou a maior alta, de 0,23%, impulsionada por energia elétrica e taxa de água e esgoto. Já Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO) tiveram as maiores quedas, ambas de -0,40%, reflexo da redução nos preços da energia e da gasolina.
O gerente do IPCA no IBGE, Fernando Gonçalves, reforçou as diferenças regionais: “Em termos de regionais, a maior variação do IPCA foi em Vitória, com alta de 0,23%, e a menor em Goiânia e Porto Alegre, com queda de 0,40%.”
O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, considera famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
📊 Resultado nacional em agosto
- Brasil: -0,11%
- Maior alta: Vitória (0,23%)
- Maiores quedas: Porto Alegre e Goiânia (-0,40%)
📌 Acumulado
- No ano: 3,15%
- Em 12 meses: 5,13%
Fonte: Brasil 61