Operação “Impius” desarticula grupo criminoso em Cruz das Almas; vítimas eram escolhidas com autorização do tráfico local
A Polícia Civil da Bahia prendeu, nesta terça-feira (9), dois homens acusados de torturar e matar o idoso Cosme Silva de Andrade, de 68 anos, no povoado do Araçá, zona rural de Cruz das Almas. O crime ocorreu em 12 de julho deste ano e teria sido motivado pelo dinheiro da aposentadoria recém-concedida à vítima.
A ação, batizada de Operação Impius, foi deflagrada por equipes da Delegacia Territorial de Cruz das Almas, do CATTI/Leste e da 4ª Coorpin/Santo Antônio de Jesus, que cumpriram mandados de prisão e de busca domiciliar.
Foram presos dois suspeitos, identificados pelas iniciais E.M.S.F., de 18 anos, e L. de J.S., de 27 anos. De acordo com a investigação, eles pertencem a uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas e atuavam na região. Um dos presos, apontado como líder do grupo, teria autorizado a execução do crime.
Crime brutal
Segundo a polícia, Cosme, conhecido como um homem tranquilo e respeitado na comunidade, havia acabado de receber os valores retroativos da aposentadoria, após anos de espera. A quantia teria despertado a cobiça dos acusados.
Na noite do crime, os homens invadiram a residência do idoso e o submeteram a sessões de tortura, desferindo diversas pauladas em seu corpo para forçá-lo a revelar onde estava o dinheiro. Mesmo após roubarem o valor, eles continuaram as agressões até a morte, desfigurando o rosto da vítima.
Investigações e desfecho
As investigações reuniram provas que permitiram identificar os envolvidos. Com base nas evidências, o delegado responsável representou pela prisão preventiva, que foi deferida pela Justiça.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu quantidades expressivas de maconha e cocaína, além de uma motocicleta adulterada.
Os presos vão responder por latrocínio (roubo seguido de morte) — crime com pena mínima de 20 anos de reclusão —, além de tráfico de drogas, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
A prisão dos acusados foi recebida como um alívio pela comunidade local, que estava abalada com a crueldade do crime.
Fonte: Polícia Civil