A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) saiu em defesa do Pix nesta sexta-feira (18), após o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos se tornar alvo de uma investigação aberta pelos Estados Unidos. Em nota oficial, a entidade reforçou que o Pix é uma infraestrutura pública de pagamento, aberta, democrática e sem qualquer tipo de restrição à participação de instituições financeiras, sejam elas nacionais ou estrangeiras.
Criado pelo Banco Central do Brasil e lançado em novembro de 2020, o Pix rapidamente caiu no gosto dos brasileiros, substituindo TED, DOC, boletos e até o uso do dinheiro em espécie no dia a dia.
A adesão foi tamanha que, em 2023, o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado no país.
Mas o sucesso interno parece ter incomodado potências de fora. Desde a última terça-feira (15), o Pix entrou no centro de uma polêmica internacional.
O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação contra o Brasil, alegando possíveis práticas comerciais “desleais” no setor de pagamentos digitais.
Fontes indicam que o avanço do Pix teria gerado desconforto em grandes empresas de tecnologia financeira americanas, como o WhatsApp Pay e bandeiras de cartões de crédito.
O que diz a Febraban?
A resposta da Febraban foi clara: o Pix não é um produto comercial, mas sim um sistema que estimula a concorrência, beneficia o consumidor e contribui para o funcionamento saudável da economia.
“O Pix é uma infraestrutura pública de pagamento, e não um produto comercial, que favorece a competição e o bom funcionamento do sistema de pagamentos e consequentemente da atividade econômica”, destacou a federação em nota oficial.
A entidade acrescenta ainda que não há barreiras para entrada de novos participantes no sistema:
“Não há qualquer restrição à entrada de novos participantes, sejam eles de qualquer porte e/ou procedência, desde que operem no mercado nacional, já que é um sistema de pagamentos local e em reais, a moeda brasileira.”Uma alternativa ao dólar?
Outro ponto que estaria chamando a atenção das autoridades norte-americanas é o uso do Pix como alternativa ao dólar em algumas transações internacionais. Com negociações crescentes entre países emergentes e o interesse do Brasil em fortalecer sua autonomia financeira, o sistema tem extrapolado fronteiras.
Essa movimentação internacional pode representar uma mudança no equilíbrio financeiro global, onde os Estados Unidos historicamente detêm grande poder por meio da sua moeda.
Pix: orgulho nacional ou ameaça global?
Com mais de 160 milhões de chaves cadastradas, o Pix já movimentou trilhões de reais em apenas três anos de operação. Ele se tornou símbolo de inovação brasileira e inclusão financeira — especialmente em regiões antes desassistidas por serviços bancários tradicionais.
Agora, o sistema entra para uma nova fase: a de defender sua legitimidade no cenário internacional, mostrando que a tecnologia brasileira também pode liderar globalmente.
Redação