As redes sociais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passaram a ser alvo de uma onda de comentários provocativos vindos de usuários da Indonésia. A movimentação começou após críticas de brasileiros à atuação do governo indonésio durante o resgate da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu em uma trilha no Monte Rinjani, no dia 21 de junho.
O perfil de Lula no Instagram foi invadido por centenas de mensagens — muitas com tom irônico, nacionalista ou de confronto. Um dos comentários mais replicados dizia: “Vai cuidar do seu povo antes de criticar nosso presidente”. Outro internauta escreveu: “Coloquem o país na lista negra”, em resposta à sugestão de boicote à Indonésia feita por brasileiros indignados com o caso.
Deboche e comparações com tragédia no Brasil
Alguns indonésios aproveitaram para ironizar tragédias recentes no Brasil. Um usuário comparou a morte de Juliana ao acidente com um balão em Santa Catarina, que matou oito pessoas neste mês: “Sou de Sumatra, ando de balão e felizmente não me queimo”, escreveu. Outro afirmou: “Vocês fazem muito barulho e desrespeitam nosso país”.
Entenda o caso Juliana Marins
Juliana Marins fazia uma trilha no Monte Rinjani quando se separou do grupo e ficou sozinha por mais de uma hora em uma área íngreme. Ela foi localizada com vida por drones, mas o resgate demorou. Seu corpo só foi removido dois dias depois.
Segundo laudo divulgado nesta sexta-feira (27), a brasileira morreu em decorrência de fraturas múltiplas e lesões internas, sobrevivendo cerca de 20 minutos após a queda. A família cobra das autoridades indonésias uma investigação rigorosa e possível responsabilização pela condução do resgate.
Crise diplomática digital e repercussão internacional
A polêmica gerou uma espécie de “guerra digital” entre brasileiros e indonésios nas redes sociais, levando o caso para além das fronteiras diplomáticas. Até o momento, o governo brasileiro não emitiu nota oficial sobre os ataques virtuais ao presidente, mas a repercussão levanta discussões sobre protocolos internacionais de resgate, respeito entre nações e o papel das redes sociais em crises internacionais.
Redação