Ações de Israel deixam dezenas de mortos no Irã; Teerã reage com nova onda de mísseis contra território israelense
O conflito entre Israel e Irã alcançou um nível inédito de tensão no Oriente Médio. Na última sexta-feira (13), Israel realizou um ataque militar de grande escala contra alvos estratégicos iranianos, atingindo instalações nucleares, fábricas de mísseis e altos comandantes militares. Segundo a mídia estatal iraniana, 78 pessoas morreram em Teerã, incluindo Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, e Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã. Seis cientistas nucleares também estão entre as vítimas.
O governo israelense classificou a ação como uma resposta direta aos ataques iranianos de outubro de 2024, quando cerca de 200 mísseis balísticos foram lançados contra Israel. Esses ataques haviam sido uma retaliação do Irã pelas mortes de líderes do Hamas e Hezbollah, aliados estratégicos de Teerã.
Na noite de sexta, o Irã reagiu com uma quarta onda de mísseis e drones contra o território israelense, provocando explosões em Jerusalém e Tel Aviv, com registro de dois mortos e pelo menos 80 feridos, incluindo vítimas de um ataque a um prédio residencial.
Histórico de rivalidade
A tensão entre os dois países remonta à Revolução Islâmica de 1979, com décadas de enfrentamentos indiretos através de grupos como o Hezbollah e o Hamas, financiados pelo Irã. Ao longo dos últimos anos, Israel tem realizado ataques a bases iranianas na Síria e no Líbano. Um dos episódios que agravou a atual crise foi o ataque israelense ao consulado do Irã em Damasco, em abril de 2024, matando um comandante da Guarda Revolucionária.
O recente bombardeio israelense reacendeu o alerta global sobre o programa nuclear iraniano. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirma que o Irã não cumpre suas obrigações no Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, enquanto Israel justifica os ataques como medida preventiva para impedir a produção de armas nucleares.
Reações internacionais
A comunidade internacional acompanha o cenário com preocupação. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou o ataque de Israel, classificando-o como uma grave violação da soberania iraniana e apelando por um cessar-fogo imediato.
Arábia Saudita, Egito e Catar também condenaram a ação israelense. Já os Estados Unidos, principal aliado de Israel, afirmaram que o ataque foi uma decisão unilateral de Tel Aviv, mas reforçaram o compromisso com a defesa israelense. O presidente americano, Donald Trump, declarou que não deseja um conflito mais amplo, mas advertiu que qualquer ataque iraniano a bases americanas na região terá resposta imediata.
Rússia e China, aliados do Irã, expressaram cautela e preocupação com a escalada. Moscou alertou para os riscos de um conflito regional, temendo impactos inclusive na guerra da Ucrânia. O preço do petróleo já subiu 1,8% após os bombardeios, alimentando o temor de uma crise econômica global.
Cenário imprevisível
Em Teerã, o líder supremo aiatolá Ali Khamenei prometeu uma resposta proporcional, acusando Israel de cometer um “erro de cálculo”. Especialistas apontam que o Irã enfrenta o dilema de escalar a guerra ou adotar uma postura mais contida, para evitar um confronto direto com potências ocidentais.
Do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que “o Irã pagará um preço alto por sua agressão”. O país segue em estado de emergência, com população estocando alimentos e suprimentos, temendo novos ataques.
Enquanto o mundo aguarda os próximos desdobramentos, a ONU e outras lideranças globais reforçam os apelos por contenção e diálogo, para evitar que a crise se transforme em uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio.
Fonte: Redação com informações daa Agências Internacionais