Governo tenta manter equilíbrio fiscal em meio a embates políticos e propostas polêmicas que aquecem clima em Brasília
A partir desta segunda-feira (9), o Congresso Nacional entra em mais uma semana marcada por articulações intensas, com foco em temas espinhosos como a compensação da alta do IOF, a possível instalação da CPMI do INSS e a discussão sobre a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está à frente das negociações com o Legislativo para garantir que as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo não comprometam investimentos estratégicos. No entanto, há resistência entre parlamentares que cobram protagonismo nas decisões e não querem arcar com o ônus político de cortes impopulares.
Entre os pontos mais sensíveis, está a promessa do presidente Lula de isentar do IR quem recebe até R$ 5 mil. Embora a medida tenha apelo popular e eleitoral, encontra entraves no Congresso. “A oposição não quer liberar, mas também não pode se opor diretamente a uma medida tão esperada pela população, principalmente em ano pré-eleitoral”, avalia o cientista político Eduardo Grin.
Outro tema que acirra os ânimos no Legislativo é a pressão pela instalação de uma CPMI para investigar fraudes no INSS. Segundo pesquisa da Genial/Quaest, 31% dos entrevistados culpam o governo federal pelas irregularidades, mesmo que os casos tenham sido herdados de gestões anteriores. A oposição vê na CPI uma oportunidade de desgastar ainda mais o governo Lula.
A semana também será marcada pela expectativa em torno do caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Após o Supremo Tribunal Federal determinar a perda de seu mandato, a Mesa Diretora da Câmara deverá analisar o pedido de cassação protocolado pelo PT, que cita a tentativa de fuga da parlamentar como agravante. O clima é de forte pressão política por uma resposta imediata.
Enquanto isso, o grupo de trabalho da reforma administrativa segue em curso, mas cercado de controvérsias. Estão na mesa propostas como a desvinculação do salário mínimo para aposentadorias, o que provocou forte reação do Ministério da Gestão. O governo federal tenta blindar sua agenda fiscal de medidas que não tenham o aval da equipe econômica, enquanto o Congresso busca ampliar sua influência sobre os rumos do país.
Em meio a esse cenário turbulento, o equilíbrio entre Executivo e Legislativo segue sendo testado, com impactos diretos nas eleições de 2026 já no horizonte político.
Fonte: Redação com informações Brasil 61