O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, afirmou nesta terça-feira (27) que o partido deve romper formalmente com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e entregar os cargos que ocupa na atual gestão. Em entrevista ao jornal O Globo, Neto deixou claro que a sigla — agora federada ao Progressistas (PP) — não apoiará a reeleição do petista em 2026 e que pretende lançar uma candidatura própria à Presidência da República.
Hoje, o União Brasil comanda dois ministérios no governo Lula: Comunicações, sob Francisco Siqueira, e Turismo, liderado por Celso Sabino. A manutenção desses postos, segundo Neto, é incompatível com a linha política que o partido adotará nos próximos anos.
“Com a aproximação da eleição de 2026, não faz sentido ocupar cargos no governo, tendo em vista que nós não estaremos na aliança do PT. Se o nosso projeto político é oposto, isso precisa ficar claro”, destacou ACM Neto.
Federação com o PP e oposição declarada ao PT
A união formal com o PP deve consolidar o posicionamento de oposição da nova federação partidária. Para ACM Neto, esse alinhamento reforça a necessidade de o União Brasil se afastar do governo federal, com foco em construir uma alternativa ao projeto do PT.
“O partido deve afirmar sua postura de oposição e buscar uma candidatura própria para 2026”, pontuou o ex-prefeito.
Apesar disso, Neto admitiu que alianças com o PT poderão ocorrer em cenários regionais, a depender das realidades locais. “Não é obrigatório seguir uma diretriz nacional em todos os estados. Preferencialmente, sim. Mas cada situação deve ser respeitada”, afirmou.
Apoio de Bolsonaro não está descartado
Durante a entrevista, ACM Neto também comentou a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no campo da direita. Ele reconheceu o peso político do ex-chefe do Executivo e disse que qualquer projeto de oposição para 2026 deve considerar sua participação.
“Bolsonaro é, individualmente, o maior eleitor da direita no Brasil. Não dá para ignorar sua força. Defendo uma candidatura ampla, que vá do centro à direita, construída sem vetos nem imposições”, disse Neto.
Atualmente, o nome mais cotado dentro do União Brasil para disputar o Planalto é o do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já se movimenta como pré-candidato.
Redação