Fundador da Mansão do Caminho, ele dedicou mais de 70 anos à doutrina espírita e ajudou milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade
O médium e líder espírita Divaldo Franco faleceu nesta terça-feira (13), em Salvador, aos 98 anos. Considerado um dos principais nomes do espiritismo no Brasil, ele lutava contra um câncer na bexiga desde novembro de 2024. A causa oficial da morte não foi divulgada, mas ele sofreu falência múltipla dos órgãos.
A despedida será nesta quarta-feira (14), em um ato público das 9h às 20h, no ginásio de esportes da Mansão do Caminho, no bairro de Pau da Lima. A cerimônia seguirá os desejos do médium: será breve, sem cortejo em carro aberto, e com o caixão fechado. O sepultamento está marcado para quinta-feira (15), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz.
Um legado que atravessa gerações
Natural de Feira de Santana (BA), Divaldo dedicou mais de sete décadas à doutrina espírita. Sua história ganhou força em 1952, quando fundou a Mansão do Caminho, em Salvador — uma instituição que transformou a vida de milhares de crianças em situação de miséria.
Com o passar dos anos, o projeto cresceu. Nos anos 1960, o espaço se expandiu com escolas, oficinas profissionalizantes e atendimento médico gratuito, tornando-se um dos maiores complexos sociais do país mantidos por uma entidade religiosa. Tudo financiado com a venda de livros psicografados, gravações de palestras e seminários do próprio Divaldo.
O médium também construiu uma sólida carreira como autor: publicou mais de 250 livros, muitos deles com mensagens ditadas por espíritos. Em 2015, teve sua trajetória retratada na biografia escrita pela jornalista Ana Landi.
Pai de centenas, mesmo sem filhos biológicos
Embora nunca tenha tido filhos, Divaldo foi reconhecido como pai de coração por mais de 600 pessoas que acolheu e orientou na Mansão do Caminho. Sua influência ultrapassou fronteiras religiosas e inspirou diversas gerações pela mensagem de caridade e compaixão.
Mediunidade desde a infância
Nascido em 5 de maio de 1927, caçula de 12 irmãos, Divaldo enfrentou uma infância marcada por visões espirituais — o que lhe rendeu incompreensão familiar e episódios traumáticos. Durante anos, foi alvo de críticas e até castigos físicos por parte dos pais, que consideravam as manifestações como algo “demoníaco”.
A reviravolta veio após um longo período de adoecimento, quando uma médium identificou sua mediunidade e ajudou a família a compreender o dom que o acompanharia por toda a vida.
Fonte: Redação com informações G1