Estudo aponta falhas graves na formação de professores, distorção idade-série e baixa cobertura em creches
Um retrato preocupante da educação brasileira veio à tona com um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O estudo revela que 32,5% dos municípios do país — o equivalente a 1.806 cidades — estão na faixa de baixo desenvolvimento educacional. Em outros 4,1%, a situação é ainda mais grave, classificada como crítica.
Apesar de 56% das cidades brasileiras (3.113) apresentarem desenvolvimento moderado e apenas 7,2% (401 municípios) figurarem entre os mais desenvolvidos, a desigualdade educacional continua sendo um desafio estrutural. E esse cenário também se reflete em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.
Segundo dados do Ideb 2021, o município não alcançou a meta projetada para os anos finais do Ensino Fundamental, revelando dificuldades persistentes no desempenho dos alunos. Além disso, a cidade enfrenta uma taxa significativa de distorção idade-série, especialmente no Ensino Médio da rede pública estadual, onde muitos estudantes ainda frequentam séries incompatíveis com sua idade.
Outro ponto crítico apontado pela Firjan — e sentido na realidade local — é a formação inadequada dos professores. Em municípios com desenvolvimento considerado crítico, 57% das turmas do Ensino Fundamental são conduzidas por docentes sem a formação exigida para a função. Em Feira, embora os índices não sejam tão alarmantes quanto os nacionais, ainda há lacunas na qualificação de parte do corpo docente, principalmente em áreas como Matemática e Ciências.
Na Educação Infantil, o déficit também é evidente. O estudo mostra que apenas 19% das crianças de até três anos estão matriculadas em creches nas cidades de pior desempenho. Em Feira de Santana, dados mais recentes apontam que a cobertura ainda está abaixo da meta prevista pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que determina atendimento de no mínimo 50% das crianças nessa faixa etária até 2024.
Enquanto as cidades mais desenvolvidas conseguem matricular 53% das crianças pequenas em creches e mantêm baixas taxas de evasão e distorção escolar, municípios em situação crítica, como os de menor porte e menor investimento, ficam cada vez mais para trás.
Os números reforçam a urgência de investimentos contínuos e planejados na educação básica, com foco em formação de professores, ampliação da rede de creches, combate à evasão escolar e apoio aos estudantes em defasagem. Em cidades como Feira de Santana, que concentra milhares de alunos da zona urbana e rural, políticas públicas eficazes são determinantes para mudar esse cenário e garantir um futuro mais justo para todos.
Fonte: Redação com informações Brasil 61