Economista alerta para os riscos do consumo impulsivo e dá dicas para quem quer retomar o controle das finanças
O número de brasileiros endividados segue em alta e revela uma realidade preocupante: 57 milhões de pessoas estão com dívidas acumuladas no país, segundo dados da Serasa. O mais alarmante é que cerca de 19 milhões já têm o nome negativado e muitos sequer sabem disso.
Para o economista e consultor Hugo Meza, o cenário exige atenção imediata. Especialista em finanças e professor da Estácio, ele afirma que o problema vai além da renda baixa: está, principalmente, no modo como o dinheiro é usado. “Não se trata apenas de ganhar pouco. O maior desafio está em como se gasta o que se ganha. Muita gente consome acima do que pode e acaba presa nos juros, que estão altos. E juros são o preço do dinheiro. Se a pessoa ignora esse custo, pode comprometer toda a renda futura”, alerta.
O acesso facilitado ao crédito também entra como fator de risco. Meza cita como exemplo o recém-lançado Crédito do Trabalhador, que oferece empréstimo consignado com juros mais baixos para trabalhadores com carteira assinada. Apesar da boa intenção, ele reforça que é preciso cautela. “Essa facilidade dá uma falsa sensação de poder de compra. Muita gente assume parcelas sem avaliar se realmente poderá pagar. Quando se parcela algo ou pega um empréstimo, está dizendo: ‘vou pagar com um dinheiro que ainda não ganhei’. Isso precisa ser feito com responsabilidade”, enfatiza.
Em tempos de incertezas econômicas, o economista defende que o caminho mais seguro é investir em educação financeira. Segundo ele, conhecer a própria realidade financeira, cortar gastos desnecessários e fugir dos juros altos são atitudes fundamentais para sair do vermelho. “Sem educação financeira, não há distribuição de renda nem melhoria no consumo. Não dá para pensar em desenvolvimento econômico sem que as pessoas saibam lidar com o próprio dinheiro”, reforça.
Meza ainda recomenda que, mesmo com pouco, é possível começar a montar uma reserva de emergência e estabelecer metas financeiras, o que ajuda a manter o foco e o equilíbrio nas decisões de consumo.
Fonte: Redação com informações Daniela Cardoso